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7.11.16


Especialistas dão dicas do que observar e qual o melhor local para acompanhar o fenômeno em 14 de novembro.


Superlua ocorrerá em 14 de novembro (Foto: Juan MABROMATA / AFP)


Daqui a alguns dias, a Lua estará mais perto de nós do que o comum. Na verdade, ela não se mostra tão atrevida há algumas décadas. Na véspera do próximo dia 14, será possível observar a maior Superlua em quase 70 anos.

Mas do que se trata o fenômeno? De acordo com a astrônoma britânica Heather Couper, as superluas são resultado de uma "casualidade". "A Lua gira ao redor de uma órbita elíptica, e se a Lua Cheia coincide com o ponto do trajeto onde está mais próximo da Terra, ela pode parecer absolutamente enorme", afirma.  

Essa coincidência ocorrerá novamente no dia 14 de novembro e o fenômeno deve ser extraordinário por causa da proximidade: nesta data a Lua se encontrará a 48,2 mil quilômetros mais próxima da Terra do que quando esteve recentemente no seu apogeu - que é o ponto mais distante da órbita. O satélite não chegava tão perto assim desde 1948 e não voltará a fazê-lo até 2034.

Com exceção do eclipse da Superlua de 2015, não houve nem haverá por muito tempo uma Lua Cheia tão especial - mesmo que curiosamente tenhamos tido três Superluas consecutivas em três meses - a anterior ocorreu em 16 de outubro e a última será no dia 14 de dezembro.

É possível se preparar para aproveitar melhor o fenômeno e ainda identificar algumas "surpresas".


Quando a Lua está mais afastada da Terra, se diz que ela está no apogeu. No ponto oposto, o perigeu, ela pode chegar até 50 mil km mais próxima da Terra que no apogeu (Foto: REUTERS/Amr Abdallah Dalsh)


Qual é a melhor forma de ver uma Superlua?

A melhor maneira, claro, é para ir para um local aberto e tranquilo, longe das grandes cidades e da iluminação artificial muito forte e potente.

Como em qualquer outra Lua Cheia, o corpo celeste parece maior e mais brilhante quando aparece no horizonte. E o mesmo ocorre com as Superluas. Ainda que elas apareçam 14% maiores e 30% mais luminosas que as luas cheias comuns, são mais surpreendentes quando estão na linha do horizonte e não altas, no céu.

O especialista Geoff Chester, do Observatório Naval dos Estados Unidos (USNO, na sigla em inglês), explica que isso não é resultado de uma ilusão de ótica, mas de um efeito ótico que não é compreendido completamente nem por astrônomos, nem por psicólogos.
Mesmo assim, ele acrescenta que Superluas parecem ainda maior quando vistas através das árvores ou de casas.

Alguns especialistas sugerem outra dica no mínimo curiosa para dissipar a ilusão: uma pessoa pode ficar de costas para a Lua, curvar-se e olhar para o céu entre as pernas.


Fenômeno ocorre quando lua está mais próxima da terra (Foto: Onofre Martins/G1 AM)


Surpresas para descobrir 

Na região da Lua que ficará visível no próximo dia 14 de novembro, há uma abundância de crateras causadas por impactos de meteoritos e atividade vulcânica de bilhões de anos atrás.
Os contrastes entre as áreas que refletem a luz do Sol (as montanhas) e as planícies que permanecem na sombra (os mares) pode ser convertido, com um pouco de imaginação, nas mais surpreendentes figuras.

No momento em que a Lua aparecer maior e mais brilhante, teremos uma excelente oportunidade para descobrir figuras ocultas e "desenhos" na superfície da geografia lunar.
Uma das silhuetas mais reconhecidas é a de um coelho com grandes orelhas. A imagem é tão fascinante que a civilização maia criou até uma lenda para explicar o que era um mistério até então. A lenda envolve o deus Quetzalcóatl, que, depois de um ato de generosidade de um coelho que lhe ofereceu comida em um momento de extrema necessidade, ele decidiu levá-lo para a Lua em sinal de agradecimento. Dessa forma, a imagem do coelho seria visto por todos e por toda eternidade.
Os observadores mais atentos - Cleópatra e Abraham Lincoln entre eles - disseram ter visto um rosto humano na superfície da Lua. Certamente foi o mesmo que inspirou a famosa sequência do filme Viagem à Lua, do pioneiro cineasta George Meliés.
E tem até quem chegue a ver Elvis Presley, um par de mãos, uma árvore, mulheres, sapos, Jesus Cristo e um homem carregando lenha.
Mas não é preciso ir tão longe: para muita gente, brincar de identificar o coelho já é diversão suficiente.


Um casal é visto com a lua cheia ao fundo em Kansas, nos EUA (Foto: Charlie Riedel/AP)


Contra os mitos e as falsas crenças

Ao contrário do que muito se comenta, uma SuperLua não trará com ela o fim do mundo, nem causará um aumento na incidência de crimes.
Entre os muitos mitos que são repetidos, um dos mais comuns alega que esses fenômenos teriam algum efeito sobre os criminosos, que ficariam mais vorazes nas noites de Lua Cheia.

Mas os cientistas já descartaram a possibilidade de que o perigeu possa causar comportamentos estranhos, como a licantropia - a alucinação de que um ser humano poderia se transformar em um animal, como na lenda do lobisomem, ou ainda provocar desastres naturais de qualquer tipo.
Segundo o psicólogo Scott O. Lilienfeld, da Universidade de Emory, nos Estados Unidos, "não importa quão perto ou longe ela passe, a Lua não incita crimes, como sugere a crença popular".
Autor do livro "50 Grandes Mitos da Psicologia Popular", ele alerta que estudos sobre esse tipo de conexão encontraram "uma grande quantidade de nada".
O especialista afirma que essa relação ocorre pela forma como as pessoas conectam as ideias.
"Quando há Lua Cheia e se comentem crimes, fazem esse tipo de relação. Quando não ocorre nada e ainda assim a Lua está cheia, não o fazem". 

Daqui a alguns dias, a Lua estará mais perto de nós do que o comum. Na verdade, ela não se mostra tão atrevida há algumas décadas. Na véspera do próximo dia 14, será possível observar a maior Superlua em quase 70 anos.







16.5.14

Lobisomem ou Licantropo

(do grego λυκάνθρωπος: λύκος, lykos, "lobo" e άνθρωπος, anthrōpos, "homem"), é um ser lendário, com origem na mitologia grega, segundo as quais, um homem pode se transformar em lobo ou em algo semelhante a um lobo em noites de lua cheia, só voltando à forma humana ao amanhecer.

Tais lendas são muito antigas e encontram a sua raiz na mitologia grega. Segundo As Metamorfoses de Ovídio, Licaão, o rei da Arcádia, serviu a carne de Árcade a Zeus e este, como castigo, transformou-o em lobo (Met. I. 237).Uma das personagens mais famosas foi o pugilista arcádio Damarco Parrásio, herói olímpico que assumiu a forma de lobo nove anos após um sacrifício a Zeus Liceu, lenda atestada pelo geógrafo Pausânias. Segundo lendas mais modernas, para matar um lobisomem é preciso acertá-lo com artefatos feitos de prata.


Variantes culturais
O Licantropo dos gregos é o mesmo que o Versipélio dos romanos, o Volkodlák dos eslavos, o Werewolf ou Dracopyre dos saxões, o Werwolf dos alemães, o Óboroten dos russos, o Hamtammr dos nórdicos, o Loup-garou dos franceses, o arbac-apuhc da Península Ibérica, o Lobisomem dos brasileiros e da América Central e do Sul, com suas modificações fáceis de Lubiszon, Lobisomem, Lubishome; nas lendas destes povos, trata-se sempre da crença na metamorfose humana em lobo, por um castigo divino.

Lenda brasileira
Luison, o Lobisomem segundo a Mitologia guarani.

No Brasil existem muitas versões dessa lenda, variando de acordo com a região. Uma versão diz que a sétima criança em uma sequência de filhos do mesmo sexo tornar-se-á um lobisomem. Outra versão diz o mesmo de um menino nascido após uma sucessão de sete mulheres. Outra, ainda, diz que o oitavo filho se tornará a fera. Outra já diz que é apos a morte de um familiar que possuía a aberração e passou de pai pra filho, avô pra neto e assim por diante. 
As pessoas conhecem o licantropo na forma humana através de comportamentos estranhos, como mudança de comportamento, misteriosa e quase sempre com olhos cansados(olheira), o licantropo na forma humana é uma pessoa muito atenta as outras, sempre desconfiando de tudo como por exemplo, tem muito medo de ser descoberta a humanidade que é uma aberração, porém é muito protetora em forma humana.
Em algumas regiões, o Lobisomem se transforma à meia noite de sexta-feira, em uma encruzilhada. Como o nome diz, é metade lobo, metade homem. Depois de transformado, sai à noite procurando sangue, matando ferozmente tudo que se move. Antes do amanhecer, ele procura a mesma encruzilhada para voltar a ser homem. Em algumas localidades diz-se que eles têm preferência por bebês não batizados. O que faz com que as famílias batizem suas crianças o mais rápido possível. Já em outras diz-se que ele se transforma se espojando onde um jumento se espojou e dizendo algumas palavras do livro de São Cipriano e assim podendo sair transformado comendo porcarias até que quase se amanheça retornando ao local em que se transformou para voltar a ser homem novamente. No interior do estado de Rondônia, o lobisomem após se transformar, tem de atravessar correndo sete cemitérios até o amanhecer para voltar a ser humano. Caso contrário ficará em forma de besta até a morte. O escritor brasileiro João Simões Lopes Neto escreveu assim sobre o lobisomem: "Diziam que eram homens que havendo tido relações impuras com as suas comadres, emagreciam; todas as sextas-feiras, alta noite, saíam de suas casas transformados em cachorro ou em porco, e mordiam as pessoas que a tais desoras encontravam; estas, por sua vez, ficavam sujeitas a transformarem-se em Lobisomens…"

Há também quem diga que um oitavo filho que tem sete irmãs mais velhas se torna lobisomem ao completar treze anos. Também dizem que o sétimo filho de um sétimo filho se tornará um lobisomem.

A lenda do lobisomem é muito conhecida no folclore brasileiro, e assim como em todo o mundo, os lobisomens são temidos por quem acredita em sua lenda. Algumas pessoas dizem que além da prata o fogo também mata um lobisomem. Outras acreditam que eles se transformam totalmente em lobos e não metade lobo metade homem. Algumas lendas também dizem que se um ser humano for mordido por um lobisomem, e não o encontrar a cura até a 12ª badalada desse mesmo dia, ficará lobisomem para toda a eternidade.


Ilustração de um lobisomem na floresta à noite de 1941.


Lenda portuguesa

Há referências muito antigas ao lobisomem em Portugal.
Aparece no Rifão de Álvaro de Brito (Cancioneiro Geral):

Sois danado lobishomem,
Primo d’Isac nafú;
Sois por quem disse Jesus
Preza-me ter feito homem.

(Garcia de Resende, Excertos, por António Feliciano de Castilho,
Livraria Garnier, Rio de Janeiro, 1865, p. 24).

É também mencionado no Vocabulario Portuguez e Latino de Rafael Bluteau 
(tomo V, p. 195) e nos sonetos de Bocage:

Profanador do Aónio santuário,
Lobisomem do Pindo, orneia ou brama,
Até findar no Inferno o teu fadário!

(Bocage, Obras Escolhidas, primeiro volume, p.122).


No século XIX, Alexandre Herculano escreveu assim sobre o lobisomem da região da Beira-Baixa: "Os lubis-homens são aqueles que têm o fado ou sina de se despirem de noite no meio de qualquer caminho, principalmente encruzilhada, darem cinco voltas, espojando-se no chão em lugar onde se espojasse algum animal, e em virtude disso transformarem-se na figura do animal pré-espojado. Esta pobre gente não faz mal a ninguém, e só anda cumprindo a sua sina, no que têm uma cenreira mui galante, porque não passam por caminho ou rua, onde haja luzes, senão dando grandes assopros e assobios para se lhas apaguem, de modo que seria a coisa mais fácil deste mundo apanhar em flagrante um lubis-homem, acendendo luzes por todos os lados por onde ele pudesse sair do sítio em que fosse pressentido. É verdade que nenhum dos que contam semelhantes histórias fez a experiência". (A. Herculano, Opúsculos, Tomo IX, Bertrand, Lisboa, 1909, p. 176-177).

Nos seus estudos sobre mitologia popular, o escritor e etnógrafo português Alexandre Parafita reconhece que, embora a designação sugira tratar-se de um ser híbrido de homem e lobo, muitas das crenças sobre esta criatura identificam-na na figura tanto de lobo, como cavalo, burro ou bode, consistindo o seu fadário em ir despir-se à meia-noite numa encruzilhada, espojando-se no chão, onde um animal já antes fizera o mesmo, após o que se transforma nesse animal para ir “correr fado”.

A representação na figura híbrida de homem e lobo não é alheia ao desassossego que este animal provoca, desde tempos imemoriais, no inconsciente colectivo. Escreve este autor: “As comunidades rurais transmontanas ainda hoje o encaram como um animal cruel, implacável com os seres mais indefesos, inimigo de pastores, dos caminhantes da noite e pesadelo permanente das crianças que habitam nas aldeias mais isoladas. Não se estranha, por isso, que no fabulário popular o lobo apareça como símbolo do mal e que o conceito de lobisomem, enquanto produto da fantasia popular, possa ser considerado como uma tentativa de apresentar uma criatura onde se conjuga a ferocidade maléfica do lobo com as emoções, ora angustiosas, ora igualmente maléficas, do homem”.

Peeira
Peeira ou fada dos lobos é o nome que se dá às jovens que se tornam nas guardadoras ou companheiras de lobos. Elas são a versão feminina do lobisomem e fazem parte das lendas de Portugal e da Galiza. A peeira tem o dom de comunicar e controlar alcateias de lobos. Um extenso relato sobre o lobisomem fêmea português encontra-se nas Travels in Portugal de John Latouche (London, [1875], p. 28-36).

Camilo Castelo Branco escreveu nos Mistérios de Lisboa: "A porta em que bateu o padre Diniz comunicava para a sala em que estavam duas criadas da duquesa, cabeceando com sono, depois que se fartaram de anotar as excentricidades de sua ama, que, a acreditá-las, há cinco anos que cumpria fado, espécie de Loba-mulher, ou Lobis-homem fêmea, se os há, como nós sinceramente acreditamos." (Vol.I, Porto, 1864, p. 136).

Corredor
O corredor é a pessoa que tem que correr o fado. O corredor é um ser mutante, pode assumir a forma de lobo, de cão ou outro animal. Quando se encontra um para quebrar o fado deve-se fazer sangue, isto é, fazê-lo sangrar. 

Tardo
O Tardo é uma espécie de duende, um ser mutante que assume formas de animais mas que pode transformar-se num lobisomem se ao fim de sete anos não lhe quebrarem o fado.

Corrilário
Os corrilários são as almas penadas em figura de cão. Se um lobisomem morre antes de terminar o seu fadário, depois de morto termina os seus dias como corrilario


Font. Wikipédia


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