O alfabeto das bruxas também é chamado de alfabeto Tebano ou Theban. Este por sua vez, também é conhecido como alfabeto de Honorian ou Runas de Honorian. No entanto, não há evidências de que o alfabeto Theban tenha sido utilizado como runa.
Honorius de Thebas é um místico da idade média. Diz-se que ele teria escrito O Tratado de Honório. Mas o primeiro manuscrito desse livro só foi escrito no ano de 1629 d.C. O mistério ainda ronda a verdadeira identidade desse ocultista, que muitas vezes foi ligado aos papas Honório I e Honório III.
A origem deste sistema de escrita é desconhecida. O alfabeto Theban não possui semelhança gráfica com praticamente nenhum outro alfabeto.
Em comparação ao Latim Arcaico, o Theban, possui uma relação “letra à letra”, perdendo algumas dessas correspondências somente com o Latim moderno, onde as letras J, U e W não possuem representação e são escritos com os mesmos caracteres para I, V e W consecutivamente. As correspondências com o Latim Arcaico e a falta de pontuações, sugerem portanto que tal alfabeto foi inspirado no Latim. Não tendo ligação com o alfabeto hebraico, não é assim escrito de trás para frente.
A única pontuação que o Alfabeto Theban possui é um caractere que representa o fim de um texto (uma espécie de ponto final). Nenhuma outra pontuação aparece nos textos de Trithemius ou nos de Agrippa e os posteriores a esses.
O Alfabeto Theban foi publicado pela primeira vez em Polygraphia de Johannes Trithemius (Johann Heidenberg 1462-1516) em 1518, e foi atribuído a Honorius de Thebas. Johannes Trithemius era um abade responsável pela biblioteca de seu convento e um grande estudioso, foi expulso da abadia em razão de seu grande interesse pelo ocultismo e pela ciência. Ele foi o mestre de Cornelius Agrippa e Paracelso (1493-1541).
O seu discípulo, Heinrich Cornelius Agrippa (1486-1535) no livro “The Occulta Philosophia - 1531” atribuiu o Alfabeto Theban a d’Abano de Pietro (1250-1316). Também é conhecido como Petrus de Apono ou Aponensis. Era um médico famoso, um filósofo, e um astrólogo italiano, mas também um mago, tendo escrito um Grimório chamado “Heptameron”. Foi duas vezes perseguido pela inquisição sendo acusado de possuir pacto com o demônio devido ao seu avançado uso da medicina com técnicas de energia e utilização de especiarias Árabes. Conseguiu sair da primeira tortura, mas não da segunda. O seu corpo foi raptado por um amigo para que não fosse queimado em praça pública, já que após sua excomunhão os inquisidores ainda iriam queimar seu corpo como um alerta à população.
Nas décadas de 1960-70 o Alfabeto das Bruxas teve o seu auge de popularidade, mas foi gradualmente reposta pelo Germânico e Celta nos meados da década de 1980. Foi muito utilizado quando um dos criadores da Wicca, Gerald Gardner, o reutilizou. Foi devido ao amplo uso dos praticantes de Bruxaria e Wiccanos, que o alfabeto Theban passou a também ser chamado de “Alfabeto das Bruxas”, e, é normalmente utilizado para substituir as letras latinas ao escrever nos Livros das Sombras.