Para observar o céu precisamos de um local livre de obstáculos, longe das luzes ofuscantes das grandes cidades em locais afastados dos grandes centros urbanos e de noites límpidas, sem Lua e sem nebulosidade.
Para decifrar o céu, saber o nome de cada constelação e o nome das estrelas mais brilhantes com a vista desarmada, sem instrumentos basta uma carta celeste e um pouco de paciência.
No escuro a sensibilidade do olho é maior, é preciso de 15 minutos a 1 hora para se beneficiar dessa vantagem para que se inicie qualquer observação. A difusão de luzes no céu das grandes cidades fará com que apenas as estrelas mais brilhantes fiquem visíveis; mesmo assim será possível iniciar a observação. Para compreender os movimentos do céu sem nenhum instrumento astronômico, convém observar o deslocamento das estrelas durante algumas horas. É possível observar uma faixa leitosa, a Via Láctea, que atravessa o céu, é possível observar riscos luminosos, os meteoros, cortando o céu cheio de estrelas. Todas as estrelas se deslocam ao redor do mesmo ponto. O Sol se desloca sempre no mesmo sentido das estrelas e surge sempre do mesmo lado do horizonte, o leste, e cruza o céu até o lado oposto, o oeste.
Se nos posicionarmos com o norte à nossa frente, o sul estará atrás de nós, o leste a nossa direita e o oeste a nossa esquerda.
O ponto na vertical, bem acima da nossa cabeça é chamado de zênite e o ponto bem abaixo de nós será o nadir.
Dessa observação a olho nu podemos constatar os seguintes fatos:
A – As estrelas aparecem do lado leste do horizonte e deslocam-se paralelamente no céu em direção ao lado oeste, onde desaparecem.
B – Quando olhamos para as estrelas acima do horizonte sul estas parecem girar ao redor de um ponto, o pólo celeste Sul. (isto é válido para um observador situado no hemisfério sul). Este é o movimento aparente diário aparente das estrelas, do Sol e da Lua. Este movimento é aparente por que é a Terra que ao girar ao redor do seu próprio eixo provoca o efeito de movimento dos corpos celestes em torno da Terra.
Tente imaginar que o ponto ao redor do qual as estrelas descrevem círculos concêntricos constitui o ponto em que o prolongamento do eixo da Terra perfuraria a esfera celeste.
Um observador, nos pólos terrestres, norte ou sul, veria as estrelas girando paralelamente ao horizonte, continuamente, e nunca desaparecerem no horizonte.
Um observador, no equador terrestre, veria as estrelas nascerem e se porem perpendicularmente no horizonte. Tal deslocamento é o movimento aparente diurno provocado pela rotação da Terra em torno do próprio eixo.
C – Observando sempre do mesmo ponto o observador verá que uma mesma estrela sempre aparece e desaparece, todos os dias, nos mesmos pontos do horizonte. O observador também irá notar que de um dia para o outro a mesma estrela aparecerá e desaparecerá 4 minutos mais cedo.
Em um mês esse avanço será de duas horas. Assim, o céu de 1 de setembro, às 20 horas, será o mesmo de 1 de agosto as 22 horas. Se observarmos o céu sempre na mesma hora e no mesmo local, veremos que seu aspecto se modificará: algumas estrelas deixarão de ser vistas e outras surgirão.
Tal fenômeno é o movimento anual aparente, causado pelo movimento da Terra ao redor do Sol, durante o ano. Em seu caminho em torno do Sol, a Terra percorre uma distância de 2.596.080 km por dia, mudando diariamente seu ponto de observação no espaço.
D – Ao observarmos as constelações junto ao horizonte, iremos vê-las aumentadas e com as estrelas entre si mais afastadas, o que irá ampliar e deformar o seu desenho característico, como aliás ocorre com o Sol e a Lua quando estão próximos ao horizonte. Ao passarem pelo zênite, as constelações parecem menores e as estrelas mais próximas entre si.
Fonte: http://www.fernando.tavares.nom.br
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